sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vita

Vagabundagem, ócio. É nessas coisas que a vida fazem sentido.
Sentido até demais...

Jovens... mais uma?

Sim, mais uma, rápida.
O companheirismo dos jovens é uma muleta. Serve de apoio. No entanto, chute-a para longe e verá que aquele que nela se apoiava sairá pulando num pé só em direção ao lugar mais distante possível.

Psicológica

Uma idéia vem me assombrando ultimamente. E é uma idéia bem difícl de explicar ou mesmo consolidar sej aem escrito ou dentro de minha cabeça.
A questão é que ultimamente, tenho percebido que minha mente funciona um tanto quanto dialeticamente. Há sempre uma síntese assombrando as predicativas principalmente éticas de meus pensamentos e, simultaneamente, de meu comportamento.
Parece que a mente funciona sempre de modo a ponderar os questionamentos colocando-os em uma balança. O que pende, no entanto, é o emocional, que é a intuiçaõ, que decide na maioria das vezes para qual lado os pratos penderão.
Tenho medo de estudar o comportamente da mente humana. Não entendo de psicologia e sinceramente, tenho uma certa aversão. Seria necessário um tratado de análise materialista, pois o melhor de entender a psiquê seria pela sua efetividade: o hábito, que é a materialidade da linguagem.

Ontológica

Hoje, assim sem mais, percebi que preciso de um tempo daquilo que me rodeia.
Isso foi agora mesmo, em frente à tela do computador. Não sei por quê. Não é cansaço, não é tristeza - ao contrário, ando tão feliz que chorar parece ser a única coisa que resta - não é nem sequer raiva. Não... estou tranquilo, calmo, sereno.
Parece que o que nos invade, por vezes, é simplesmente um momento de lucidez extrema, de compreensão súbita involuntária de certas coisas.
Já é tempo de coisas novas.
É tempo de assumir que mudamos.
Ir em frente.
Eu, ir atrás daquilo que é.
Às vezes não sou parte de parte alguma.
Não sou nada nem posso querer ser algo diferente.
Sou, simplesmente.
E sendo, não peço muito, peço o básico, peço tudo, peço o mais espontâneo,
Um ato reflexo.
No fim de tanto sofrer há o riso.
Não desisto; não desitirei.
Guardo tudo em meu peito e, um dia,
explodirei em mil versos e sorrisos
que choram.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Da Moda

Coco Chanel dizia que o luxo não tem nada a ver com a pobreza. Ele não vai contra ela. O luxo é, na verdade, algo contra a vulgaridade.
A visão da moda nos dias atuais mostra como esta idéia se desviou. A moda atual é autoritária, predicada por homens que, além de demonstrarem uma falta de criatividade imensa, pois cada tendência - acima de tudo, depois de Chanel - é uma mera revisão, também não se sentem atraídos por mulheres. Desculpem se isso aparece preconceituoso ou coisa do tipo. Talvez seja, mas a predicativa das modas atuais mostra uma tendência cada vez mais hegemônica de retirar da mulher qualquer sombra de beleza, a começar pelos corpos doentes que as modelos exibem numa passarela. Retira-se do vestir, seu conteúdo simbólico que faz jus à idéis de Chanel. A moda se vulgarizou e recaímos mais ou menos naquilo que já no Emílio, Rousseau havia observado:
"São quase sempre as feias que fazem as modas, às quais as bonitas têm a tolice de se sujeitar".

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tédio

Quando já não há mais o que fazer, desconhecemos felicidade ou tristeza. Por isso, nos entediamos. A busca não é um meio, mas, em si mesma, um fim. De resto, só há o chorar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sociedade

Cheguei à conclusão de que o significado do termo "sociedade", é, na realidade, um eufemismo. Sociedade significa somente a inevitabilidade de se viver ao meio dos chatos, podres e imbecis.

Jovens, de novo

O que mais me irrita no comportamento dos jovens é a forma como se apropriam de todo patrimônio cultural de qualquer forma, infiéis à história dos costumes, à história das coisas, à qualquer história. Vive-se um falso coletivismo, um subjetivismo arraigado de moralismo num discurso de companheirismo. Um socialismo barato.
Os jovens são autoritários, egoístas, incapazes de se colocarem no lugar dos outros. Os jovens berram seus gritos de independência e liberdade, amarrados em carros, marcas de cerveja e rodinhas de colegas...

Saber-se

E alguém, algum dia, soube de fato o quê sentiu?

De noite

De noite, já não há sombra.
Prenúncio de má sorte.
De noite,
um homem canta,
só pra não chorar.

De noite.

De noite, há putas,
gordas, magras, velhas.
De noite,
há mulheres e almas,
há homens e morte.

De noite.

De noite, há tosse,
há escarro, torpor e suor.
De noite,
há cachaça e cerveja,
há chuva e calor.

De noite

De noite, não há gorjeio
Silêncio de afogamento
De noite, há a perspectiva da alvorada,
Tal qual sábado prevê domingo.

De noite, no entanto,
como o sábado prevê o domingo,
há uma morena e uma saia,
um surdo e um agogô,
há samba.

Há samba,
porque é de noite.

Para Homens (por Mia Couto)

"Primeiro, desejamos uma mulher que nos faça sentir a Vida.
Depois, queremos uma mulher que nos faça esquecer a Vida.
Por fim, queremos apenas estar vivos".

domingo, 17 de janeiro de 2010

Coisa de homem

Em entrevista à Playboy (não sei ao certo a data), Tom Jobim disse palavras que fazem sentido aos homens:
"Cada música que fiz foi uma mulher que não comi".
Isso remete a um freagmento de Benjamin em Rua de Mão Única. Em "Para Homens", o filósofo arremata:
"Convencer é improdutivo".

sábado, 16 de janeiro de 2010

Ser-te

Quero vê-la
de ponta cabeça,
em outro ângulo,
nua, crua, sua.
Sua

Deixa-me ver-te,
ler-te, ser-te,
ter-te
Ter.

Pele de veludo,
sou de ti escudo,
mudo, surdo, tudo,
todo Teu

Quer que me ame,
me deixe, me chame,
clame, se derrame,
imane, inflame.

Beijar-lhe o corpo
lido, tido, possuído,
em ti envolvido
ao meu redor.

E assim te ver
nunca, sempre,
atentamente,
alegremente,
certamente,
realmente e
simplesmente
ser-te.

Realmente

A realidade não tem método.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Excerto


"Eu não trocaria as tristezas do meu coração pelas alegrias dos homens, e não desejo que as lágrimas que a melancolia provoca nos meus olhos se trensformem em risos. Prefiro que minha vida permaneça uma lágrima e um sorriso: uma lágrima que purifique meu coração e me faça compreender os mistérios e segredos da vida, e um sorriso que me aproxime dos meus semelhantes e simbolize minha glorificação aos deuses. Uma lágrima que me irmana aos tristes de coração, e um sorriso que proclama a minha alegria de viver.

Prefiro morrer de muito desejar a viver na indiferença. Quero sentir nas minhas profundezas fome pelo amor e a beleza, pois observei e verifiquei que os satisfeitos são os mais infelizes dos homens e os que mais se assemelham à matéria inanimada; e escutei e descobri que os gemidos de saudade do apaixonado são mais embaladores que as melancolias dos violinos".


"Uma Lágrima e um Sorriso" . Gibran Khalil Gibran; poeta e escritor libanês.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Fins

Olhar as coisas como se fossem datadas, é enterrar a vida numa vala comum. Mas aqueles mortos voltarão para sempre para assombrar-nos.
Por isso, não há fim, mas recomeço. Único e eterno refazer-se.

Fazer da vida uma obra de arte também depende disto.

Nós, eles.

Me surpreende o fato de que crescemos, nós, de 20, quase 20 ou e 20 e poucos anos, sob a tutea de pais que não se decidem por meios termos. São radicais, para um lado ou para outro, no que diz respeito à educação de seus filhos.
De um lado, prezam a obediência cega, a disciplina e a severidade. Assim, crescemos sem poder viver medo algum, buscando completo controle que vem, sem percebermos, pela defasagem de algum tipo de comportamento, geralmente gratuitamente violentos ou de ma-fé. Não nos permitem sofrer e, assim sendo, desconhecemos o que seja este sofrimento e somo sincapazes de nos enxergarmos no lugar dos outros.
Por outro lado, os pais prezam a "Liberdade" de seus filhos; permitem que façam tudo. Lhe dão um carro, lhe isentam de satisfações e acreditam piamente lhes educar pela liberdade, quando na verdade, estimulam a inconsequencia. Isso gera, na maioria das vezes, dois tipos de jovens: aqueles que não são parte da preocupação dos pais, completamente idiotas, que não se comprometem a nada e não conseguem entender o valor do trabalho e da dedicação; e aqueles que, como os primeiros, estão completamente perdidos, mas que ao invés de se perderem na idiotia da turba que se inclina à cultura de massas è à indústria do entretenimento, caem em depressão, contam com o apoio dos pais, buscam sua ajuda e não conseguem auxílio algum, pois seus pais, crendo educá-los de forma a valorizar sua liberdade, perderam qualquer contato, qualquer forma de união com os filhos: não os compreendem.
Então, quando encontramos um amor ou uma amizade, nos apegamos às coisas da forma mais fácil, por medo, pois, lá no fundo, só nos reconhecemos semelhantes em nossa própria desilusão que eu sinceramente acredito, nos dias de hoje, ultrapassar o mero romantismo adolescente ou juvenil. É por isso que hoje em dia, ao chegarmos aos 20, quase 20 ou 20 e poucos anos, cremos estar jogando nossa breve vida no lixo. e muitos de nós no smatamos... sem saber que podemos matar outros conosco.