quarta-feira, 27 de maio de 2009

Considerações do Mês - Do Amor

Sim.. tenho tido problemas para atualizar os poucos - ou talvez tantos que eu não dê conta - pensamentos que correm pela minha cabeça. De fato, me preocupo em atualizar esse blog menos pelo fato de ninguém ler do que pelo fato de que, escrevendo - e em parte todos esrcevem para si mesmos - organizo minha cabeça, aprendo um pouco sobre o que eu mesmo penso.

De qualquer forma, cá estou mais uma vez. Parei hoje para pensar e tentei descobrir porque já há um bom tempo, cerca de 1 ano e meio, um tema vem me preocupando muito mais do que sociologia, política, antropologia ou qualquer outra coisa: o amor. Não sei porque, mas há todo esse tempo venho me preocupando de tal forma com isso que comecei a perceber ou acreditar - ou querer acreditar - que isso talvez seja realmente a coisa que mais valha a pena... Que mais me faça seguir em frente. O amor por mim mesmo, primeiro e, por mim mesmo, o amor pelos outros. Entendam que isso não se espressa em mim como uma questão de conservadorismo ou moral - se me acusarem de crente ou religioso confesso, seria mais difícil me desvencilhar - mas simplesmente uma questão de estar vivenciando e tentando fazer-me cada vez mais nessa emoção, nesse sentimento, nessa força que arrasa, para bem ou para mal....

Por quê? Por quê tão apaixonado?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Poesofia


Em sua Metafísica do Amor, Schopenhauer nos diz serem 5 as considerações absolutas (isto é, gerais), do desejo sexual. São elas:
1) Idade;
2) Saúde;
3) Esqueleto (a forma do corpo);
4) Abundância de carne;
5) Aparência do rosto.
Embora o autor dê mais importância à idade, destacando-a como a principal consideração a despertar o instinto sexual nos homens, sem dúvida nenhuma me ative mais à 4.a. Digo isso porque imediatamente fui levado a me lembrar de um dos magistrais poemas de Drummond que transporta a sexualidade àquilo que tem de mais sublime:

Era bom alisar seu traseiro marmóreo
e nele soletrar meu destino completo:
paixão, volúpia, dor, vida e morte beijando-se
em alvos esponsais numa curva infinita.

Era amargo sentir em seu frio traseiro
a cor de outro final, a esférica renúncia
a toda aspiração de amá-la de outra forma.
Só a bunda existia, o resto era miragem.


AH!!! Ainda bem que a humanidade teve Schopenhauer e Drummond... e a carne; em aBUNDAncia!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Fragmento


"O tempo é uma tira de elástico que estica e encolhe. Estar perto ou longe, cá ou lá, só depende da vontade" - Saramago

domingo, 10 de maio de 2009

Política

Perguntaram-me pela minha idéia pessoal de 'política'. Pois bem.
Política:
Qualquer ato pessoal. Tudo o que fazemos, criamos, pensamos , por si só, político posto que é um fazer-se no mundo, é assumir uma posição, é negar e afirmar, é transformar, é agir.
Tudo, absolutamente tudo que faço é político.
Perguntam-me então aonde se localiza a moral dessa política. Pois. Consiste na negação da insitucionalização da política, no partido, no patrulhamento. Minha ética se estabelece no fazer, em mim mesmo como indivíduo, como agente, pondo em prática crenças e convicções no trato direto com as pessoas, na sinceridade e convicção de minhas idéias.
Essa é minha ética. Não preciso participar politicamente em militâncias ou congregações. Minha luta começa no pensamento, para libertar-me das amarras de qualquer um que queira comandar-me. Aí, então, agindo em vistas da Liberdade - e sei qu enão serei livre enquanto não sejamos todos livres - faço-me político.

P.S: Acusem-me de exagerado, inocente, ingênuo, utópico. Sim, utópico. Todo socialismo, se não é utópico, tampouco é socialismo. Fique cada um com sua consciencia. Eu cá, fico com a minha, que, caso alguém se pergunte: sim, está limpíssima!

domingo, 3 de maio de 2009

Mistérios

Hoje, participando da Virada Cultural de São Paulo, assisti ao show dos grandes NovosBaianos. Pepeu, Paulinho, Baby e cia. não decepcionaram. Dando vazão a sentimentos que, como tais, são dificilmente explicáveis, me emocionei ao ver Baby chorando, ao ouvir "Mistério do Planeta", ao perder-me num torvelinho de gentes. Pela primeira vez em muito tempo, retomei minhas esperanças. Assistindo àqueles baianos de um Brasil de outros tempos, pude de novo acreditar que os males, as tristezas e a desilusão que vivemos neste país que se abandona às traças um dia acabarão.
Os NovosBaianos seguem novos, jovens e seguirão assim, pois ensinaram-nos que não há nada melhor do que sentir, amar e viver assim, apostando tudo o que podemos anseando coisas melhores.
Há quem diga que esse tipo de esperança é ingênua e inútil. Mas se algum dia alguma esperança for assim, é pelo fato de quem a proferir não mais acreditar em si mesmo.

No fim, acabou chorare e ficou tudo lindo!