sábado, 19 de dezembro de 2009

Fica o dito

O maior desafio de todos é o de que nada mais reste a ser dito. Mesmo o que escolhemos não dizer é, de uma forma ou de outra, dito. Essa é a única e verdadeira transparência. Dizer, tudo...
Palavras não são nada se não lhe botamos algum sentido.. reconstruamos esse sentidos, pois. Já não é sem tempo...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

De um site na internet

"A diferença entre pornografia e erotismo é o tempo"

Coisa de Nerd

Um estranha e extremamente nerd observação.
"O 'game over' de um video game é o riso sarrista que a tecnologia virtual volta contra nós"

Digressão II

O Erótico é o que há de mais sincero.
Por nmeio dele, há verdade, beleza e amor, em todas as suas formas, por um dia, uma noite ou por toda a vida. No Erótico tudo existe.

L'Autre Valse d'Amélie

Acabo de assitir, pela terceira ou quarta vez "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain". Acredito não ter sido por acaso que esse filme tenha marcado uma geração em especial e continue marcando as gerações seguintes. Como sempre, no entanto, certos detalhes se revelam depois de muito tempo.
O que prendeu minh atenção nesta vez, foi o fato de quão marcado está, em Amélie, sua infância.
O que vemos em Amélie durante o filme é a mais pura continuidade da vida marcada pelo tempo de infância da personagem. Sobretudo, ela continua uma criança.
Ao longo de todo filme ela recolhe pedras chatas para "faire de ricochette" nos canais de Paris. Essa pedras são as provas de sua memória dos tempo de criança. Elas são a materialidade daquilo que Amélie foi um dia. Essas pedras são como a expressão daquilo que, para ela, é comum: quadros falantes e pessoas estranhas surgindo em bueiros. O prazer de sentir sua mão em uma saca de grãos é expressão do mais puro detalhe que guardamos a 7 chaves dentro de nós. Por isso o narrador apresenta as personagens dizendo o que eles amam ou não.
Esse resquícios fazem com que Amélie guarde em si toda a pureza explosiva de seus sentimentos que, no mais ínfimo detalhe e simplicidade, se revela avassalador, como quando, por fim, ela se entrega a Nino: canto dos lábios, curva do pescoço e pálpebras.
Na medida em que avança a narrativa, percebemos que é essa mesma continuidade das experiências infantis identitárias e constitutivas que possibilitam a "libertação" de Amélie, cuja vida havia decidido viver para fazer bem aos outros. Pois bem, o bem aos outros também vem pelo bem a nós mesmos. E quando, ela enfim, arrisca-se a viver, liberta-se.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Do Dia-a-dia

Vivendo, assim, como se fosse simples, fazemos de nosso dia-a-dia o cotidiano mais insuportável. Então, quando algum fim se aproxima, percebemos quanto de nosso viver é deixado para trás, e percebemos o quanto disso não lembramos.
Sob o jugo do "dever", esquecemos do que importa e vivemos, então, a viver em busca de uma segunda chance; segunda chance de felicidade, prometemos a nós mesmos que "dessa vez não falharemos", que "agora sabemos como fazer as coisas". Menos mal seria se só compreendessemos que nada se revive, mas tudo pode ser encontrado uma vez mais. Feliz é a criança que, ao invés de querer viver tudo de novo, simplesmente não deixa de viver nada, transforma tudo num eterno "fazer-se de novo", numa eterna repetição do mesmo.
"O sentir é a síntese". Mas o sentir, assim, por si só não é nada. É preciso saber sentir. Saber chorar e sorrir. Saber que tudo pode ser para sempre, a partir do momento em que nossa memória guarda, em nosso íntimo, aquilo que há de mais extraordinário, ainda que mais expropriado: aquele cotidiano, no qual ainda algumas experiências s eguardam, escondidas em sendas misteriosas.
É nele que ainda podemos encontrar algo de significante. Embora o transformemos numa repetição constante, do trabalho, do tempo, dos chocs, há nele tudo que há de necessário para que apreendamos algo de significante. Olhem as crianças...
Não à toa, Janusz Korczak dedicou ao leitor afulto de "Quando eu Voltar a ser Criança" as Seguintes palavras:
"Vocês dizem:
- Cansa-nos ter de privar com crianças.
Têm razão.
Vocês dizem ainda:
- Cansa-nos, porque precisamos descer ao seu nível de compreensão.
Descer, rebaixar-se, inclinar-se, ficar curvado.
Estão equivocados.
- Não é isto o que nos cansa, e sim, o fato de termos de elevar-nos até alcançar seu nível dos sentimento das crianças.
Elevar-nos, subir, ficar na ponta dos pés, estender a mão.
Para não machucá-las".