domingo, 28 de outubro de 2012

Aquiles

No sonho, eu me encontrava num sítio conhecido, dos avós de um amigo de Americana. A disposição das casas e do terreno, entretanto, estava invertida.
Não sei quem eu acompanhava, ou talvez era ele quem me acompanhasse. Era um rosto conhecido, seguramente, mas que não consigo recordar. Homem mais velhos que eu, grisalho, da minha altura e magro, a não ser por uma sutil barriga de cerveja. Era, pelo que o sonho deu a entender, um zóologo, ou pelo menos tinha a zoologia como uma de suas ocupações.
No entanto, estávamos no sítio não desempenhando qualquer ofício, mas, como é de costume quando viajo para o interior, simplesmente passeando. Quando o Sol se pôs, precisamos limpar certas partes do terreno, algumas madeiras velhas e instrumentos de roça que se amontoavam no canto de uma das casas. Como é de costume, havendo a quantidade certa de calor, humidade e sombra, diversos animais se encontravam escondidos entre as toras. No espaço entre eu buscar qualquer coisa, ou tomar uma água, quem sabe, dentro da casa principal, meu acompanhante já havia limpado quase tudo, faltando apenas uma espécie de máquina cuja imagem não consigo recordar. Algo semelhante a um moedor de cana, desses presentes em barracas de feiras. Sendo a força de meu amigo, muito inferior à necessária para levar a máquina sozinho, me pus em direção a ele, após seu pedido de ajuda. Foi quando vi, reunidas num pedaço de chão, as cobras que ele havia retirado do meio da madeira. 
Eram dois grupos de cobras: um de cobras d'água, longas e esguias, inertes, mais parecendo peixe (talvez fossem peixes e não cobras), e outro grupo vívido, de pequenas cobras verdes e amarelas, pequenas, muito pequenas, emboladas entre si e agitadas. A visão me causou descoforto e arrepio instantâneos, mas contornei-as, pondo-me em direção à máquina.
Segurando bem na engrenagem, levantei a máquina com a ajuda de meu amigo e fomos em direção à casa principal, onde provavelmente alguém daria uma olhada na engrenagem, consertando-a ou vendendo-a, não importa.
Foi quando uma das mãos de meu amigo escapou da borda da máquina, e estancamos na caminhada, ambos com esforço, ele para recuperar a pegada e eu para compensar seu braço solto. E foi quando percebi que havia parado, descalço, em cima das cobras verdes, que se agitavam em volta de meu pé. Com meu grito de pavor, meu amigo recuperou a mão perdida e batemos em disparada, com grande força, em direção à casa, onde deixamos, finalmente, a engrenagem.
Sentados, assustados e cansados, senti minha perna dormir, e uma tontura me atingir. A cabeça pesou e os olhos começaram a se fechar, Uma estranha sensação de bebedeira me tomou, sendo seguida por enorme desconforto na perna direita. Neste momento fraquejei e me pus em pé, tentando recobrar algum controle. Mas levantei somente para ver que havia sido picado, por uma das pequenas cobras (cuja espécie, no sonho, se chamava "Llama"), no calcanhar. Exatamente no calcanhar. 
E fui avisado por meu amigo, de que não conseguiríamos o soro anti-ofídico necessário a tempo.

Um comentário:

  1. ooo fi, foi por isso que você não veio mais pra cá??
    venha que eu garanto tirar todas as cobras do seu caminho por aqui! haha abração fi!!

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