sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Constituição

A subjetividade é a pior das cadeias. O sujeito transcedental, aquele postulado pro Kant, é o ápice desta prisão que postulamos a nós mesmos.

2 comentários:

  1. A subjetividade realmente é uma prisão que submete as pessoas,pois ficamos estáticos em nós mesmos, pensando em nós e nos objetos circundantes. Por isso se faz necessário nos perder. Não perder nossa identidade, mas perder a nossa acomodação de ser sempre o mesmo sujeito, caindo na rotina do ser-medíocre. Nossa identidade deve ser a busca do outro, não necessariamente o outro concreto, objetivo, mas ser-outro. O outro é o horizonte de nós mesmos. O outro é um vir a ser constante, deixando o "eu" limitado em busca do outro ilimitado. A subjetividade nos prende às mesmas experiências, à mesma existência, o sujeito deve ter a alteridade como meta e não ficar somente no seu mundinho subjetivo preso a si mesmo. O "outro" é estar vivo, é criar e criar é estabelecer a ordem no caos e o caos na ordem. Criar também é um outro "eu" que já é um "outro".

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  2. Caríssimo. Compreendi muito bem seu comentário e agradeço por ele. Embora esse texto seja um pensamento esparso, que não vim a desenvolver, o que na verdade quero dizer poderia ser prefeitamente completado pelo seu argumento: a necessidade de uma nova alteridade. Mas por outro lado, esse mesmo "eu" que eu considero postulado por Kant, veio por impossibilitar a transformação das subjetividades em um ser-para-outro se se pode chamar assim. Enquanto sujeito transcedental, ou seja, sujeito cognoscente, o mundo fica mediado puramente pela nossa faculdade de juízo, o que impede um descolamento desse ser-só-em-si-mesmo. Ou seja, o sujeito transcedental, ainda que revolucionário, é o ser do em-si-mesmo, no sentido de Heidegger.
    Concordo com você que podemos nos transformar a cada instante, mas seremos sempre um "eu" transformado. Meu pensamento no fundo expressa uma indagação sobre a possibilidade de um novo tipo de "eu"...

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