segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mais uma ilógica...

De novo sobre a Antropologia, indiretamente, eu me pergunto se a postura que se adota frente ao preconceito seria a correta. O que se vê atualmente, principalmente no que diz respeito à educação das crianças, é a imposição de um discurso politicamente correto vago. Não se deve ter preconceitos porque ter preconceito é algo errado. Muito bem, mas porque é errado? A essa pergunta, dificilmente se tem resposta, ainda mais porque as crianças, principalmente, dão ouvidos a um preceito moral, mas observam exatamente o oposto. Não se pode esperar que todos sejam antropólogos e entendam que raças, por exemplo, não significam nada.
Mas o discurso politicamente correto é institucionalizado. E não se sabe o porque de suas prerrogativas. Há muito tempo, sabemos que aquilo que é proibido é mais gostoso, desperta curiosidade, desafia. O que se faz hoje é desproibir o proibido, é possibilitar aquilo que aparentemente é errado e acima de tudo, com uma certa normaildade. Educa-se para a falsidade, pois há uma dissonância entre a fala e a ação, entre o significante e o significado. Deve-se pregar o fim dos preconceitos, mas caso se aja preconceituosamente, só certifique-se de que ninguém saiba.
O preconceito é uma realidade que, além de tudo não se esgota na compreensão de sua ilogicidade. Há pessoas que são preconceituosas simplesmente porque querem, é sua via de escape; desconta-se em algum tipo aquilo que está guardado.
Talvez, ao invés de se impor a boa aparência de se ser uma pessoa sem precoceitos - porque no fim, isto está intimamente ligado à aparência do povo, que deve parecer liberal e compreensivo - deva-se ensinar que APESAR dos preconceitos, não é certo que, em relação ao outro, deva-se agir passionalmente. Isso se dá por uma educação para a ética, e não por uma educação para a moral. Senão, cada vez mais, o que se cerceará é a própria liberdade do agir, que já se iniciou há décadas, e que, sabe-se muito bem, se dá pelo cerceamento do pensar.

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