segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cuidado! OVNIS!

O que antes era espanto, hoje é riso àqueles que acham que os problemas do mundo não são também problemas deles. Riso daqueles que crêem - pois isso é uma crença, nada mais do que isso - que tudo é pequeno, mesquinho, ou burro demais. Não pequeno, burro ou mesquinho simplesmente, mas pequeno, burro e mesquinho para eles mesmos, ruim demais perto deles, algo que não os merecem. Geralmente acusam os outros de irracionais, pois só nos outros são capazes de enxergar a razão; e se enervam fazendo caretas, porque possuem um senso de humor limitado.
Esses, senhores do bem-viver e da autonomia, vivem como se o desprezo fosse o remédio. Mas o desprezo, o desprezo é um ranço que só em aparência é sinal de ataraxia. Quem não se afeta, de fato, não precisa desprezar; não acha tempo perdido responder às pequenezas, porque não responde para remediá-las, tampouco para fazer-se compreensível. Responde porque é parte de si, porque vê caminhos em toda parte, porque está, inevitavelmente, exposto ao palavrório.
Isso de viver em outros campos, de viver em outros mundos, é metafísica das mais fracas, porque desemboca num ser que vive com medo da morte e precisa, por isso, ter fé na beleza da vida. Metafísica que se pauta por um ser guiado pelo sentimento de que a vida vale ser vivida, quando devia, antes, perceber que é o suicídio que não vale a pena.

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