segunda-feira, 10 de maio de 2010

The Other Side of Abbey Road


Em um disco de 1970, George Benson regravou Abbey Road, dos Beatles, com todo o swing que lhe é pessoal, suas sextas suavemente estraçalhantes e sua voz aveludada, de um Benson ainda jovem. Não há como não se deliciar ouvindo regravações em jazz de Something e Oh!Darling, por exemplo.

De qualquer modo, do que quero falar mesmo, é dos Beatles. Incrível como foram regravados, e de quantas formas diferentes, e ainda, em quantos momentos diferentes da história recente!!! O próprio disco de Benson foi gravado 1 ano após o lançamento de Abbey Road. Só leva a crer que esta banda foi uma das poucas coisas que a Indústria Cultural criou que fugiu de seu controle. Só leva a crer que os Beatles foram uma das poucas bandas atuais com algo a dizer. Na vanguarda desde sempre, invertiam de forma aparentemente infantis, toda a pretensa malandragem dos primórdios do rock. Enquanto frenéticos americanos apelavam em músicas de duplo sentido, rebeldes numa sociedade puritana. os Fab 4 só queriam segurar a mão de uma garota. Mais tarde, deram origem a um dos primeiros discos realmente progressivos: o próprio Abbey Road, último disco gravado em estúdio por eles (as músicas de Let it Be já estavam prontas). Com Sargent Pepper´s, deram origem ao rock psicodélico que desencadearia o movimento de uma geração inteira. Sem participar diretamente das manifestações políticas como uma banda, por volta de 68, instigaram toda a estética destes manifestantes.

Poderia escrever um texto imenso sobre o que penso deles, mas não quero e também não sei até que ponto vale a pena neste momento. O que quero dizer é: quem bom, ainda há arte!

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