quinta-feira, 6 de maio de 2010

Londres




Londres.. ah... Londres.



Eu entendo a raiva que os latinos, principalmente - excessão feita aos portugueses - não suportam os ingleses: os ingleses não deram chance para que toda aquela simpatia viesse à tona. Não, eles não recebem todos com sorrisos e braços abertos, com aquela calorosidade e simpatia dos latinos. Vejam bem, isso não significa que eles não sejam simpáticos e afetivos. A diferença reside numa questão de privacidade. É um princípio acima de tudo racional! Não, eu não quero qualquer um perto de mim; e não, eu não devo gostar de qualquer um. Nem por isso serei estúpido, rude ou arrogante. O que se sente em relação aos ingleses, o modo como eles se relacionam é: "Não invadindo meu espaço, meu amigo, faça o que bem entende".



Os latinos adoram tomar por arrogância esse comportamento britânico. Talvez porque no fundo os latinos gozem de pouca liberdade. Comparação feita a outras nações, os ingleses gozam de liberdade, pois os limites de suas atitudes são impostas por eles mesmos. O limite entre o bom senso e a depravação ou o abuso é outorgado ao próprio povo. Por isso não se preocupam em medir os outros na rua, em medir seus trajes, suas aparências.



Foi o lugar em que as pessoas mais foram simpáticas, porque percebia-se uma simpatia sincera. Não por educação ou bons modos, mas simplesmente porque é assim. Ponto.



Longe da perfeição, óbvio. Quando um inglês quer ser descortês, não faz cerimônia.



Mas mudando um pouco, a própria cidade te convida a viver. É uma cidade pulsante, frenética. Os pubs lotados no dia de São Jorge, as músicas que escapam das portas entreabertas. A multidão que passa dizendo "sorry" a cada esbarrão, os ternos bem cortados, as pernas que se alongam por baixo das saias sociais, Picadilly, sempre cheio de jovens a espera de algo para fazer.



Cada esquina traz uma surpresa, e toda Londres é um grande mistério.

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