segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Democracia II

Novas do Oriente Médio:
Israel é um Estado judeu E democrático. Quem se quiser cidadão israelense deve jurar fidelidade ao judaísmo da nação, ou "judaísmo de Estado", por que não? Não sei exatamente de que democracia se trata quando um dos pilares fundamentais de um Estado que se diz democrático é o de liberdade religiosa. O que isso significa, de fato é que qualquer um pode habitar a região, mesmo aqueles que estavam lá antes da fundação do Estado de Israel, contanto que admitam uma certa história que os israelitas têm como correta: a de que, sendo o povo escolhido, aquela terra é deles e somente deles, dada diretamente por D'us. Mais uma vez, a transformação da história em tabu leva aos absurdos da atualidade. A transformação da religião em política pelo Estado de Israel faz com que eles regridam séculos rebaixando-se ao mesmo nível daqueles que eles consideram seus grandes perseguidores: a Igreja, o nazi-fascismo. Aliando-se a isso o poderio nuclear, Israel não só faz papel de ridículo, com seus racismos e absurdos, como sofrerá, se não tomar cuidado, a legitimação de suas perseguições.
A outra nova é o pedido de posse dos manuscritos de Kafka que, segundo Max Brod, deveriam ficar para a Biblioteca Nacional de Jerusalém e, segundo o próprio Kafka, deveriam ter sido todos queimados. De um modo ou de outro, graças a Deus os escritos já pertencem à humanidade. A principal desculpa para esse pedido é que, segundo pesquisadores israelitas, Kafka possuiria por trás de seus textos, um tom "altamente sionista". Benjamin já havia discordado de Brod e debatido longamente com seu amigo - este sim, abertamente sionista - contra as interpretações judaicizantes de Kafka, mas no fi, a meu ver se resume a aqueles ressentidos com o passado, vingativos; e aqueles que se preocupam com o fato de que no mundo contemporâneo, "raças", gêneros e etc só são um alívio para, no fundo, não admitirmos a mesmidade do homem atual...
O rogo de Adorno continua atual: "que Auschwitz não se repita". Mas ele se repete, em Darfur, na França anti-cigana e anti-africana, na China, em Israel...

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