terça-feira, 2 de junho de 2009

Cotidiano

Como conversar? Com quem? Sobre o quê?
Acabam de me vir à cabeça essas questões...
Parece, na maioria das vezes, que não temos nada a conversar. Parece realmente que a rotina, não importa de quem, já é conhecida. De fato, cada vez mais me convenço de que esse mundo capitalista se pauta pela eterna repetição do velho, que nos aparece disfarçado de novo. Por isso é preciso ter em mente que a rotina é uma invenção; que ir todos os dias aos mesmos lugares não é jamais repetição. As pessoas que vemos são outras, as vozes que ouvimos são diferentes. è preciso trazer à tona aquilo que há de mágico no tempo.
Por isso, lembro-me sempre de um dia em que, mau-humorado, pensando em meus enormes problemas, dirigindo-me à faculdade recebi de uma garotinha - tinha não mais que 4 anos - um enorme sorriso, daqueles que só uma criança pode dar, que atinge toda nossa alma. Sorri instantaneamente. A garotinha, no entanto, ao se virar olhando para o outro lado, mostrou-me uma enorme cicatriz que trazia da nuca à testa. E lá estava eu, sorrindo ainda e ela de novo sorrindo para mim.
Aquela garotinha me salvou...

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